Tem a Hilda, pra doer (e respirar):
"De luas, desatino e aguaceiro
Todas as noites que não foram tuas.
Amigos e meninos de ternura
Intocado meu rosto-pensamento
Intocado meu corpo e tão mais triste
Sempre à procura do teu corpo-exato.
Livra-me de ti. Que eu reconstrua
Meus pequenos amores. A ciência
De me deixar amar
Sem amargura. E que me dêem
A enorme incoerência
De desamar, amando. E te lembrando
- Fazedor de desgosto -
Que eu te esqueça".
(Hilda Hilst: Júbilo, memória e noviciado da paixão)
P.S: Porra. Né?
Thiago Macêdo disse:
dizia um amigo meu que "nos instantes de melancolia,.". nunca entendi o que ele quis dizer com o ponto, mas acho que melancolia é um ponto diferente, os três em seqüência, que determinam continuidade e uma não-finitude. acho que ele queria ir contra a idéia de que a melancolia não tem fim ("felicidade sim"), e que parar de pensar (ou sofrer, ou chorar, ou sonhar) é o ponto. mas aí seria também deixar de amar.
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